sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Invicto desde 2015, técnico do São José evita euforia: "Não pode piscar"

Treinador de um dos destaques do Gauchão 2016, China Balbino, comandante do São José-RS, começa a chamar atenção no futebol do Rio Grande do Sul. Com 36 anos, o técnico assumiu o Zequinha em 2015 e lá conquistou os títulos da Copa Valmir Louruz e da Super Copa Gaúcha. Mais: segue sem perder desde que iniciou a carreira de técnico no clube da zona norte de Porto Alegre. No Gauchão deste ano, já enfrentou a dupla Gre-Nal e não perdeu – uma vitória e um empate.
Dono de uma campanha invicta até a quarta rodada, o São José-RS é o segundo colocado, com 10 pontos, sete gols marcados e nenhum sofrido. Considerando a temporada passada, já são 20 jogos de invencibilidade. Segundo China, tal desempenho se deve à “continuidade do trabalho da comissão técnica” e à ideia de coletividade dos jogadores. Confira abaixo entrevista exclusiva concedida ao GloboEsporte.com por telefone:
GloboEsporte.com: Qual é o segredo do São José-RS, que não perde?
China: Os atletas têm disposição para aprender. Isso fortalece o trabalho. Eles têm consciência de que, além da qualidade e do talento, temos que pensar no “nós”. Estão todos bem focados e concentrados.
O que é mais trabalhado nos treinos?
Trabalhamos conceitos e padrão de jogo. O São José-RS tem uma identidade: marca muito forte sem a bola e, com a bola, temos transições rápidas. Se recuperamos a bola na defesa, procuramos tirar da pressão. Se pegamos a bola no ataque, buscamos profundidade. Jogamos fazendo pressão no portador da bola sempre.
Foram dois jogos contra a dupla e quatro pontos. A que se deve esse desempenho contra os grandes?
Temos o nosso modelo trabalho. Enfrentar a dupla Gre-Nal exige muita atenção, porque eles têm muita qualidade. Mas vemos a dupla jogar, então vemos os pontos fortes e o que podemos explorar.
Há uma estratégia diferente para enfrentar os clubes do Interior?
Nosso modelo não muda. O Corinthians jogou 38 vezes no Brasileiro de 2015 e, com toda a tecnologia que existe hoje no futebol, todo mundo sabia como ele jogava. Tinha sempre um modelo de jogo. O Grêmio do Roger também. Então, não importa se é contra um clube do Interior ou da Capital, não trocamos sistemas nem modelo de jogo. Nos precavemos contra as virtudes dos adversários. Contra o Grêmio, íamos enfrentar dois construtores de jogados, o Maicon e o Douglas. Sabíamos que, se não pressionássemos os dois, o ataque seria alimentado. 
Em quatro jogos neste Gauchão, são sete gols a favor e nenhum contra. A que se deve essa solidez defensiva?
A defesa começa lá no ataque. Usamos o conceito de pressionar sempre. Digo para os atletas que eles têm de fazer a “parte ruim do jogo”, a de estar sem a bola e marcar para recuperá-la. O princípio de tudo é a marcação. Isso não é fácil. Agora, a pressão aumenta, mas, se continuarmos focados, temos condições de conseguir algo.
A boa campanha credencia o São José ao título?
Ainda é muito cedo para isso. É só a quarta rodada. Mas dá crédito para fortalecer o trabalho. Se não formos bem no quinto jogo e não conquistarmos um resultado positivo, nada valeu. No Gauchão, não pode piscar o olho. 
Jô, China Balbino, técnico, São José-RS, Gauchão, 2016 (Foto: Esporte Clube São José / Divulgação)

Nenhum comentário:

Postar um comentário